terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Espera (I) - As cinco ilusões do amor


Você esta logo ali e mesmo assim eu me afundo em inércia.
Despedaço-me em incertezas e corro para longe com medo como o guerreiro Gnu*.
Sou presa fácil. Nem presa sou!
Olho para o lado (e quem não olharia?) e disfarço de mansinho.
Aos prantos adormeço afogada ao medo e longe de seus carinhos.

Lembro-me do começo... (faço uma aposta?) de seus olhos quase fechados.
Olhos que olham para o tudo, menos para mim. Talvez nem olhem...
Descontinuo sem manobras. Por horas fujo, por outras me desconheço.
Em alguns momentos desapareço. Morro e sei que isso é só o começo.

Olhe para mim. Olhe mais de perto.
Encontre motivos. Faça-se presente.
Esteja apenas... aqui.
E você (inocente e sutil) continua ali… onde todos estão.

Onde as possibilidades te abraçam e beijos nada puros te desejam.
Estas nu diante de presas fáceis. Consolos distintos.
Garoto... o amanhã é tão cruel como sua instigante presença em minha vida.
Aprendi com o som do seu sorriso e o brilho de seu olhar. Aprendi a não te esperar.

Não esperar nada além de suas mãos macias tocando meus pés de leve.
Por um ou dois intermináveis minutos...
Só assim aproveito e mesmo sem jeito toco sua mão com a minha.
E por não saber disfarçar e logo me entregar invento mais uma desculpa para mais uma vez te deixar.



“Se mil esperar devolvessem meu sono, se me tirassem do abandono,
ai sim acreditaria ser possível de esquecer. Esquecer o que antes e agora inundou meu ser”


*Nota especial: Gnu é um grande mamífero do gênero Connochaetes que vive no continente africano. É da família dos bovídeos. Pode correr até 80km/h para fugir de seus inimigos.