quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Engano (II) - As cinco ilusões do amor


Pensei que amar bastasse...
Engano-me nesta doce ilusão e nas promessas mal feitas.
Engano a mim somente. Mais ninguém.
Se amar basta, porque ainda espero?


Porque te quero mais e vivo por este querer?
Adormeço sozinha aos prantos. Acordo só. Estática.
Meus dias fazem-se demorados e tenebrosos como as histórias mal contadas e os sonhos mal vividos.
As vezes você se aproxima, silencia e se afasta.


Você contagia, ilumina, apaga.
E eu que pensei que amar bastasse...
Mas não basta seu “boa noite” e suas gentilezas necessárias.
Não basta seus sorrisos e os instantes roubados por eles.


Não basta estar contigo, pois mesmo assim corro perigo.
E não há possibilidades que possam mudar os fatos.
Nem seus sorrisos não são meus, pois suas gentilezas são dons seus.

Então nada basta, pois seu “boa noite” é meus adeus.


Agora eu sei que amar já não basta...
Não basta estar por perto e sentir seu cheiro pairando no ar.
Não basta dividir o mesmo espaço e a mesma rima de palavras.
Não basta mais ver você ali tão perto e tão distante de mim.


Por este instante, nada mais basta!
Nem sua existência.
Nem a minha.