quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Acender a luz não faz diferença

10/08/09
16:18

Pergunto-me se vai passar. Em vão!
Será que ainda vivo por esta pergunta? Será?
Será que é o mesmo momento que me segura? Que momento?
Ainda não refiz as paredes de meu muro e talvez jamais as construa novamente.
As chances são grandes como as águas que devoram o mundo.
Transformar-me-ei em perguntas. Tolas e vagas.
Como a esperança que ainda vaga em mim.
Às vezes se dispersa entre um gole e outro, mas não abandona a minha alma.
E é esta mesma esperança que me acorda aos prantos e que desperta um sentimento antes morto em mim: medo.
Uma vez um sábio disse: "amores são como as águas do mar;
trazem belas perolas em suas conchas ou nada trazem, mas levam o pouco que temos embora".
E talvez você tenha levado um pedaço de mim quando partiu, o pedaço que mantinha sob controle meus atos e desejos. Levou e deixou em seu lugar incertezas, amargas e escuras incertezas...
E agora, - doce criança - pergunta-me sobre meu amanhã?
Nada sei de meu agora. Como posso esperar algo do duvidoso amanhã?
"Posso esperar algo de mim além do fim?"
Perguntas, perguntas, perguntas...
"Eu espero você que não espera ninguém,
eu espero Maria que me ama também, lararaaaa..."
Que espero então?
Talvez a chance que hei de me dar um dia!
Meu calabouço pessoal exprime a ilusão do viver em luz.
Um livro inacabável corrige minha loucura ainda estática.
Sons e movimentos vem de um toca discos antigo e companheiro.
Falo com o espelho triste, falo para a solidão, calo.
Lá fora robôs criam sonhos, planejam filhos, "fazem dinheiro".
Sorrio então, pois ainda me resta salvação.